Advogado de Bolsonaro Assume Defesa de Fiscal e Não Descarta Delação


 Defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento sobre tentativa de golpe de Estado, o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno assumiu a defesa do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, alvo da Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que apura um esquema bilionário para o adiantamento de créditos tributários e que resultou na prisão dos empresários Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop.


À frente da defesa do auditor, suspeito de ter recebido mais de R$ 1 bilhão de propina para favorecer empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop, Cunha Bueno admite a possibilidade de o fiscal delatar. Questionado sobre um acordo, o advogado disse que "nada será descartado".

"Estamos avaliando os elementos do caso, mas preliminarmente nada será descartado", afirmou Cunha Bueno ao Metrópoles.

Antes, Silva Neto foi defendido por Fernando Capez. O ex-deputado estadual havia manifestado aos promotores a intenção de o cliente fechar um acordo. O gesto foi considerado como um "blefe" para verificar as condições para a soltura do fiscal. Quando os integrantes do MPSP foram à delegacia na semana passada, o fiscal detido não quis conversar.

O novo advogado, que assumiu a defesa na quarta-feira (13/8), avalia o material que depõe contra o cliente. Segundo investigadores, há provas robustas contra o auditor fiscal preso, além do aumento patrimonial bilionário da empresa Smart Tax, registrada no nome da mãe de Artur, Kimio Mizukami da Silva. O MPSP afirma que ela teve uma evolução patrimonial de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões de 2023 a 2025.

Marcelo Damasceno
Petrolina PE

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