O que as testemunhas disseram no julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe


Testemunhas de acusação confirmaram a tese de que Jair Bolsonaro planejou um golpe de Estado contra Luiz Inácio Lula da Silva, durante as audiências do julgamento do ex-presidente, que terminaram nesta segunda-feira (2), antes do depoimento dele, na semana que vem.

Supremo Tribunal Federal (STF) julga Bolsonaro por suspeita de ter liderado "uma organização criminosa" para se manter no poder após perder as eleições de 2022 para Lula. O ex-presidente, que alega inocência, pode ser condenado a cerca de 40 anos de prisão.

Durante duas semanas, os ministros ouviram cerca de 50 testemunhas em audiências virtuais, incluindo ex-militares de alta patente, ex-ministros e policiais. Dois ex-comandantes das Forças Armadas confirmaram a tese da acusação: Bolsonaro lhes apresentou um plano para impedir Lula de assumir o poder.

O ex-ministro Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, afirmou que nunca ouviu o ex-presidente, 70, mencionar um plano de golpe.

Seguem abaixo os momentos marcantes das audiências no Supremo, que ouvirá Bolsonaro e outros sete réus. Os interrogatórios vão começar na próxima segunda-feira e podem se prolongar até sexta. O veredicto deve sair nos próximos meses.

'O senhor não será presidente'

O general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército na época, confirmou ter se encontrado com Bolsonaro no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022.

Segundo Freire, no local foi discutida a possível implementação de medidas excepcionais, como "estado de defesa ou sítio" para rejeitar os resultados das eleições e justificar uma intervenção militar.

"Alertei ao senhor presidente (...) poderia ser implicado juridicamente por isso", disse Freire na audiência, reafirmando o que já havia dito à polícia.

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior foi mais enfático: "Falei com o presidente Bolsonaro: aconteça o que acontecer, no dia 1º o senhor não será presidente", disse ele, referindo-se à data da posse de Lula.

 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário