O Supremo Tribunal Federal (STF) julga Bolsonaro por suspeita de ter liderado "uma organização criminosa" para se manter no poder após perder as eleições de 2022 para Lula. O ex-presidente, que alega inocência, pode ser condenado a cerca de 40 anos de prisão.
Durante duas semanas, os ministros ouviram cerca de 50 testemunhas em audiências virtuais, incluindo ex-militares de alta patente, ex-ministros e policiais. Dois ex-comandantes das Forças Armadas confirmaram a tese da acusação: Bolsonaro lhes apresentou um plano para impedir Lula de assumir o poder.
O ex-ministro Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, afirmou que nunca ouviu o ex-presidente, 70, mencionar um plano de golpe.
Seguem abaixo os momentos marcantes das audiências no Supremo, que ouvirá Bolsonaro e outros sete réus. Os interrogatórios vão começar na próxima segunda-feira e podem se prolongar até sexta. O veredicto deve sair nos próximos meses.
'O senhor não será presidente'
O general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército na época, confirmou ter se encontrado com Bolsonaro no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022.
Segundo Freire, no local foi discutida a possível implementação de medidas excepcionais, como "estado de defesa ou sítio" para rejeitar os resultados das eleições e justificar uma intervenção militar.
"Alertei ao senhor presidente (...) poderia ser implicado juridicamente por isso", disse Freire na audiência, reafirmando o que já havia dito à polícia.
O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior foi mais enfático: "Falei com o presidente Bolsonaro: aconteça o que acontecer, no dia 1º o senhor não será presidente", disse ele, referindo-se à data da posse de Lula.
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